28/09/2012

Um Retumbante Brado De Uma Massa De Modelar


  Mundo meu mundo, giro em graus que ultrapassam minha inocência, cavo história que sobressaltam minha envergadura, sorriu pra quem não me diz respeito, afasto quem não me quer maldar.... Ah, malditas pedras em minhas mãos, dados de mil oitocentos e oitenta e oito. Meu sonho ainda está aqui e eu já virei relíquia, minhas obras se tornaram revolta e coragem, meu medo, imponente vergonha. O que há de errado comigo, oh, senhores de engenho ? Oh, damas e feudais hipócritas da sociedade ? Tenho eu que matar os meus desejos e me adequar aos seus olhos cheios de más benevolências ? Até onde tenho eu que sentir raiva do senhor do desgraçados pela minha epiderme e essência ? ... Angola, Brasil, Eu, Meu, Ermanoqueu !
  Zumbi, senhor das demandas, daí-me impulso para poder ser eu quem sou, sem receios dos dedos perfeitos e olhos imaculados, oh, sim, eu sei escrever meu nome, eu sei sonhar meus sonhos, já sou alguém ?
  Eu sei chorar sozinho e em silêncio com medo das perguntas que viriam depois de ver minhas lágrimas me renovar as forças ... Mas, renovar ? Como ? Não sou eu o mais forte dos bichos de minha senzala ?
  Como ?
  Vivo?
  Onde,  em mim ou nas ecuménicas aceitações ? Morrerei comigo, estarei sempre inerente aos meus troncos, às enfermidades em minha pele preta... Brancos, eclesiásticos, puritanos, porras locas... Individualmente eu sou eu em mim, senão assim, saberia sentir ?  Ainda bem que já se inventaram, e permitiram à minha raça, as quatro honras do “ fê “ , Oh, meu País de Fumaça, Feder, Furtar e Foder .

ChristianoCosta .

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