26/03/2013

Smart !


Ainda há um mundo lá fora, jão!
Ainda existem mães sem ter o que oferecer aos seus filhos; e outras que dão o que não devem, porque o que deveriam não há tempo para, ou como dar.
Ainda há um mundo guiado por um nada e nada se importando em sustentar-se na/da multidão.
Ainda há um mundo onde quem venceu esqueceu como é difícil subir, e onde quem não foi não sabe mais como crer pra ir.
Mundo onde é necessário apoiarmos-nos em qualquer coisa acima das suas faculdades, pra que possamos responsabilizá-los por nossas dores já conjecturadas e só ficarmos felizes, quando o acaso nos alegrar.
Onde se esqueceram da extrema importância do abraço e onde o concreto conseguiu, de fato, apagar, sistematicamente, o abstrato.
Onde há um sufocamento do exagero das palavras vazias, onde quem não se parece comigo, não me quer por perto, e mesmo não devendo se importar com o que não lhe diz respeito sente a necessidade de provar pra si que tais repugnâncias não são inerentes ao mesmo.
Ainda há um mundo, Jão...  Mundo onde o dia nasce e morre em si, e nós não percebemos, não admiramos. Onde o que é simples, se notado, te faz gigante. Mundo onde nossos filhos ainda riem, mas não tocam mais a terra, onde o que fomos não nos faz mais sabidos em relação a maneira ao qual devemos andar... Mundo onde há pelo menos uma a certeza, a de que crescer não é evoluir, é ficar maior, e que evoluir não é ficar velho, é ficar melhor.  Mundo onde levantamos para nos ajudar quem sorrir com nossas desgraças, onde as crianças trocaram à força, os livros pela pá e já sabem bem usar armas da infantaria, onde o que era precioso se torna cada vez mais démodé e onde a lágrima, hoje só é despertada, quando nos alienamos em nossos tronos, nos tornamos cada vez menos sapiens.
Quando deixamos de ser os melhores animais do nosso latifúndio, Jão?  

. ChristianoCosta .

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